Sistemas de saúde Brasil x EUA em tempos de covid-19 foi tema de debate promovido pelo Vernalha Pereira

Com participação de Silvio Guidi e Christina Arnold, a live abordou os sistemas de saúde e a economia americana
Michele Camilo (2)

Laura Hoffmann Weiss

Analista de Comunicação e Marketing

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No segundo episódio da série Diálogos Covid-19 – sistemas de saúde e combate à pandemia, o sócio da área de healthcare e life sciences do Vernalha Pereira, Silvio Guidi, conversou com a advogada atuante nos Estados Unidos Christina Arnold. Debatendo a pandemia e as soluções jurídicas adotadas no Brasil e nos Estados Unidos, o diálogo aconteceu na última quinta-feira (02/04) por meio de uma live no Instagram do escritório.

Durante a conversa, a advogada falou sobre o sistema de saúde americano e as grandes diferenças com o sistema brasileiro. Enquanto nos Estados Unidos, grande parte da população se utiliza de um sistema privado, no Brasil, a maioria precisa recorrer ao sistema público. “A saúde aqui é muito privatizada, é muito difícil ter acesso à saúde pública. O público funciona muito bem para quem está dentro dos setores governamentais, as pessoas que trabalham em defesa dos Estados Unidos, como militares, por exemplo. O restante da população tem plano de saúde e número específico de médicos para visitar. É muito caro”, comentou Christina.

Em relação aos atendimentos durante a pandemia do Covid-19 nos Estados Unidos, Christina Arnold também falou sobre as dificuldades do governo americano em controlar a qualidade da saúde em todos os estados atingidos. “Chegou uma hora que os estados começaram a pedir uma decisão do Governo Federal. E agindo em estado de emergência, o Governo está tentando trazer camas de hospitais e remédios e distribuindo nos estados que mais necessitam. Mas isso está gerando uma briga de prioridades entre os estados. Realmente está um caos. Sem querer causar mais pânico, mas no início estávamos levando de uma forma mais relaxada, e hoje a situação é crítica. O Central Park tem mais de mil camas hospitalares hoje”.

Com resultados de testes de Covid-19 com média de 10 dias de atraso, a população americana vive hoje um decreto de Stay Home, ou seja, todos devem ficar em casa. “Mais de 50 mil testes estão atrasados. Isso significa que essas pessoas podem estar no meio de todo mundo, e contaminando muitas pessoas. Ainda que ficar em casa seja algo solicitado pelo Governo, eu realmente acho que é uma coisa necessária”, frisou a advogada.

A economia dos Estados Unidos também foi um assunto em pauta. Com a maioria da população em suas casas, os negócios estão fechados. A convidada contou quais medidas podem ser tomadas pelos Estados. “Na Califórnia, por exemplo, está surgindo uma ideia do ‘perdão das dívidas’, ou seja, que as pessoas usem o dinheiro do aluguel para comprar comida. Mas não tem nada oficial em relação a isso, até porque, não sabemos se o Governo Federal ajudaria as empresas a pagar esta conta”, contou Christina Arnold, que atualmente trabalha com direito e finanças nos Estados Unidos. “Tanto no Brasil como nos Estados Unidos, precisamos encontrar soluções sistêmicas”, complementou Silvio Guidi.

Assim como no primeiro diálogo, nesta segunda conversa o tema telemedicina também foi abordado. “A telemedicina está muito avançada nos Estados Unidos. Ainda existem algumas barreiras, por conta das leis estaduais. Mas é um sistema que está disponível e é uma excelente solução. Porque tanto o médico quanto o paciente, podem ter um acompanhamento dos primeiros sintomas sem sair de casa. Os hospitais deixam de ser um centralizador da doença. Lógico que não é a solução do problema, mas é uma excelente ajuda remota.”, ressaltou a advogada.

Com relação à regulamentação da telemedicina no Brasil, Silvio Guidi apresentou a situação atual. “Aqui no Brasil, vejo que a telemedicina não evoluiu por uma questão política, e não tecnológica. A tensão entre o Conselho de Medicina e os operadores da saúde fica entre a liberação ou não desta modalidade. A norma hoje que regulamenta a telemedicina é de 2002. Especialmente para este momento da pandemia, esta norma não é útil. Nos Estados Unidos há mais flexibilidade para o exercício da profissão”.

Ao finalizar o diálogo, Christina incentivou a todos a agirem com compaixão e pensar nas demais pessoas. “Não é só porque você é jovem que você pode ir lá fora. Você pode transmitir para seu avô, seu vizinho, algum familiar. Eu realmente espero que essa compaixão fique como um marco para o resto da nossa vida e nosso legado”. Já Sílvio Guidi complementou falando sobre a importância do projeto, “Nós esperamos que depois dessa volta ao mundo, com nossos diálogos, possamos achar soluções que venham a ajudar a nossa sociedade, durante e depois da pandemia”.

Os próximos episódios dos Diálogos Covid-19 – sistemas de saúde e combate à pandemia já têm data marcada. Acontecerão sempre nas terças e quintas-feiras, às 18:00 (horário de Brasília), no Instagram do Vernalha Pereira (@vernalhapereira).

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